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quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Série Delta - Etapa Quênia


27 de novembro de 2011

Resultado: 10km em 00:57:18 no ritmo de 5´:44.

Diferentemente dos outros posts, onde coloco o resultado da corrida no final do texto, inverto a ordem para clarear o que foi esta corrida. Por um lado alcancei meu objetivo de abaixar o tempo, ficando na casa dos 57 minutos, por outro lado não cumpri com meu objetivo inicial de fazer 10k sem parar (precisei andar por 3 vezes devido a um cansaço monstruoso).
Confesso que estou confuso. Ao acabar a corrida não sabia como me portar (na verdade sentei no chão para recuperar forças). Foi um misto de celebração, frustação, superação, derrota.

Vou montar um breve histórico de como cheguei para esta corrida para ajudar na conclusão dos fatos.
Como já falado no post anterior, corri 5k na Track & Field do Iguatemi por não ter tido tempo suficiente de treino, pelo menos como eu gostaria para esta prova. Por um lado foi muito bom, pois consegui fazer os 5k em um tempo excelente (claro que para minhas condições e de acordo com objetivos iniciais) o que me deu um ânimo e confiança para superar os 10k na prova do circuito Delta.

Na preparação para esta corrida, percorri neste período 90 k com treinos variados como intervalados, velocidade em aclives, rodagem e exercícios funcionais e educativos para corrida. Trabalhei também a musculação. Pensando agora, talvez não deveria ter treinado na quarta anterior. Após o treino de velocidade rodamos uns 4k e pensei em parar no último quilômetro por cansaço nas pernas (situação muito semelhante a da prova, mas como estava correndo com um amigo, suportei).
Um fator que sempre me impediu de melhorar meu tempo nas três corridas de 10k que fiz em torno da Lagoa foi o psicológico. A cabeça sempre trabalha contra e isto me perturbou toda a preparação. Durante a prova toda esta preocupação vinha o que talvez tenha catalisado meu esgotamento.

Para ajudar, o percurso mudou para esta prova. Ao invés de sair da Arautos da Paz, saímos do estacionamento do portão 5 da Lagoa, ficando a largada posicionada bem no meio da subida (o que foi uma vantagem, principalmente para quem fez 5k). Desta maneira pegamos meia subida nos primeiros 200 metros, toda subida no 5k e novamente meia subida para finalizar a prova.
Depois de uma noite de tempestade, o dia amanheceu bonito e com um bom sol.

Infelizmente meus amigos da Equipe Sem Nome (ou Wilsons) não estiveram presentes e para mim fez uma falta incrível a companhia deles. Acostumei correr com eles e durante a prova vamos fazendo nossas palhaçadas e apoiando mutuamente até onde as velocidades são compatíveis. Com o pessoal do Clube da Corrida, a maioria está melhor preparada e é difícil encontrar alguém nas mesmas condições resultando numa corrida solitária.

Desta vez não encontrei ninguém conhecido como nas outras provas. O Clube da Corrida foi em peso, quase 100 corredores. Fizemos o aquecimento todos juntos e terminamos no exato momento de começar a prova. Nem deu tempo de tomar água.
Minha estratégia foi de correr ao pace de 5´:40/km para atingir meu objetivo.

A largada foi tranquila e como previsto meu tempo estava abaixo do planejado.
Quando cruzei os 5k meu pace estava na média de 5´:32. Aí começou a ficar difícil. Minhas pernas estavam presas, a musculatura cansada. Minha cabeça começou a trabalhar contra. No 6k tomei um gel para ter energia para o resto da prova, mas um cansaço monstruoso se apoderou de mim. No início da Lagoa pensei em desistir. Parei e andei alguns metros recomeçando logo. Tentei ouvir, cantar para mim mesmo o som do Led Zeppelin, Imigrant Song. Era a energia que eu precisava, mas nem isso foi possível. Chegando no ginásio precisei andar mais um pouco, retornando a correr na descida. Neste momento não sabia se corria, se andava, a frustação era grande. O corpo acabado e a mente trabalhando contra. Na subida do cartódromo precisei andar mais um pouco e recuperei forças para terminar. Quando cruzei a linha ví o tempo e fiquei confuso. O que eu fiz foi válido ou não? Roubei de mim mesmo por ter andado?

Cruzei a linha e fui sentar para recuperar a energia. Quando levantei encontrei com minha prima Andréa e Claudia com quem tinha corrido a Integração. Parei por um tempo na barraca do nosso Grupo para bater um papo, falar da corrida, o calor infernal. Sentia-se no ar um misto de frustações de uns em contraposição a alegria de outros, principalmente dos que fizeram a primeira prova.

Confesso que passei o dia frustrado, mas com o passar dos dias e principalmente enquanto escrevia este post fui mudando a forma de ver a situação e conscientizando-se que nem tudo sai como o planejado. É preciso rever os erros, treinar ainda mais, preparar a mente, pois muitas corridas estão por vir.

Minhas conclusões sobre esta etapa: 1 – deveria ter pegado leve no treino da quarta anterior, 2 – deveria ter me hidratado melhor antes da largada, 3 – iniciar a corrida num tempo próximo do traçado poupando energia para o final, 4 – comprar urgentemente um fone de ouvido para meu Ipod (não dá mais para correr solitariamente imaginando uma música), e por fim 5 – esperar que meus amigos (Grupo Sem Nome) voltem a correr.

Um comentário:

  1. Luis, entendo a sua frustação, mas não se cobre tanto, as corridas estão ai, outras virão e pela sua dedicação vai chegar logo no seu objetivo. Fique tranquilo. Uma dica: procure uma ajuda na preparação psicológica, acredito que vai melhorar muito especialmente na questão de te dar força para correr sozinho, e poder se desligar do grupo que está acostumado. Bjs, continue perseverando.

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