Golden
Four Asics 21k – Etapa São Paulo
São Paulo, 28 de
julho de 2013
Tudo
pronto para a prova alvo do ano. Correr os 21k por volta de 2 horas e
10 minutos (com a esperança de se ser menor). Foram quase 300km
rodados divididos em fartleks, intervalados e longões durante os meses de maio, junho e julho.
Todos do
Clube que iriam participar treinaram muito para este dia. Muitos dos
treinos, principalmente os longões, realizamos juntos. Meus grandes
parceiros foram Renato Divino que treinava para Maratona de Porto
Alegre e o João Augusto. Foram treinos pesados mas divertidos com
muita conversa fiada.
O mês de
julho foi excepcional com temperatura sempre alta e muito agradável
para correr. Dificilmente fez frio. Mas o frio tinha que chegar e
quando chegou veio com a sensação polar. E por esta razão às
20:00 do sábado procurava por uma segunda pele para enfrentar o frio
da manhã seguinte.
Fui para
cama cedo e consegui dormir bem. Acordei, um frio terrível, e fui
para Lagoa do Taquaral, nosso ponto de encontro. Lá já tinha algumas almas
vagando todos devidamente encapotados.
Aí a
rotina já conhecida. Entrar no ônibus, dormir até o Frango Assado,
fazer um lanche, retornar para o ônibus, preparar o material
(óculos, gel, boné ou viseira, som, meia de compressão) pensando
no frio e concentrar.
Erramos o
caminho já na Marginal e para voltar ao ponto correto perdemos uns 20 minutos.
Saltando do ônibus, por volta das 7 da manhã, o frio estava
intenso. Nos dirigimos até a arena montada e muita confusão e fila
para deixar os pertences no guarda-volume. Tivemos que deixar com
nosso coach pois do contrário perderíamos a largada. Cada um
aqueceu como pôde e fomos para largada. Aí o pessoal se dispersou
de acordo com suas pretensões de tempo se posicionando em turmas.
Na
largada o calor humano prevaleceu e deu até para esquecer que estava
frio. Mas foi começar a dispersão para mostrar que ele estava lá
gelando cada pedaço do corpo e da alma.
O
percurso é agradável e plano com longas retas o que às vezes dava
um desespero. Organização perfeita com postos de água e gatorade a cada 3k. O legal de corrida com percursos onde existe uma ida e vinda é que você vai encontrando os amigos mais rápidos e os incentivos são grandes. Pela primeira vez corri dentro da USP (tão famosa dos Paulistanos). Longos 3 km de reta. Logo na largada ficamos em um grupo de 8 corredores mas à medida que corríamos fomos nos separando. No quilômetro dois encontrei a Grazi e fomos juntos até o fim. Já
comentei em alguns posts que existem anjos da corrida que nos ajudam
a finalizar as provas difíceis. No Clube da Corrida temos o
privilégio de termos alguns. A Grazi se encontra neste grupo. Por
estar melhor preparada ajudou, incentivou e doou o seu tempo para que
eu pudesse completar o meu. Tenho muito que agradecer. O mesmo fez a
Pri Senatore correndo e incentivando a Fer Raf a finalizar sua
primeira prova de 21k. Muito obrigado a vocês.
A prova
foi tanquila até os 12k. Quando não encontrei a água no km 12
desesperei. A mesma foi colocada no km 13,5. Apesar do frio a
hidratação era constante e necessária. A partir daí o ritmo caiu.
Ainda lembro de corrermos ao lado de um cara fantasiado de “palhaço”.
Como ele mesmo dizia: “ eu sou um incentivo para os corredores …
ninguém quer sair na foto correndo atrás de um palhaço”. Tinha
toda razão. No km 14 andei por uns 50 metros, bem na volta do
caminho para a USP. Aí já corria no sofrimento. Novamente
concentração zero. Crio mentalmente barreiras e eu vou de encontro
com toda força. Parei no km 18 para refrescar e tomar água para ter
as forças necessárias para os últimos 3k. Muito cansado. Já nem
olhava relógio. Nesta hora o sol saiu e veio com tudo.
Corremos
os últimos 3k e entramos no Jóquei em direção a chegada. Exausto.
Cruzei a linha e já parei para sentar. Caimbra até no glúteo.
Contente pelo desafio mas triste pelo tempo. Fiquei ali por um bom tempo recuperando. Na saída encontro com outros amigos para tirar foto. A minha amiga anjo ainda com forças voltou no percurso e foi reforçar a Pri com a Fer Raf. Sua chegada foi comemorada por todos. Parece que foi uma conquista de todos, um grito de gol. Tremenda superação.
Já no
descanso o sol brilhava. Era hora de tirar todo o excesso de roupa da
corrida.
Correr
21k é uma experiência impar. Não é fácil. É desafiador, exige
concentração, treinos de resistência e muito foco. Não foi desta
vez que eu consegui meu tempo mas vou continuar tentando.
Acho que todos que participaram da prova ficaram contentes. Cada um dentro dos seus limites "voou". Chegando em Campinas, um forno. Nada comparado aquele frio matinal de São Paulo. Inacreditável.
Resultado
final: 21k em 2:18:58 com pace de 6:32
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