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terça-feira, 14 de agosto de 2012

17ª Corrida Centro Histórico




12 de agosto de 2012
Centro Histórico – São Paulo

Há provas para bater recordes pessoais, outras para treinar. Há ainda provas para curtir. A Corrida do Centro Histórico é um misto de turismo, curtição, volta ao passado e por alguns momentos um bom treino. Correr mesmo só se largar lá na frente.

Já preparado, foi com este espírito que me inscrevi nesta prova. Coloquei no nosso grupo de facebook e logo vários toparam participar e nosso coach providenciou a logística necessária.

Desta vez viajamos numa van com 14 participantes e encontramos o Olair que já estava em Sampa. Como a largada era as oito horas da manhã foi possível dormir um pouco mais e lá pelas quatro já estava acordado para um lanche básico e partir para nosso ponto de encontro sem os "n" itens na mochila que levei para o Athenas. Somente o básico na esperança de estar um bom tempo em São Paulo o que se confirmou.

Partimos no horário combinado. Viagem tranquila, seguindo nos smartphones notícias da Olimpíadas e principalmente da prova da maratona. Quase nem falamos da decepção do futebol. Aliás é algo que nem mais decepciona. Virou rotina.

Paramos para último abastecimento calórico no Frango Assado por volta das seis horas e partimos rumo ao nosso destino.

Entramos em São Paulo pelo caminho do Mercadão e o que me chamou a atenção foi a quantidade de moradores de rua ao redor do mesmo e do Centro Histórico. Já fiquei impressionado aqui em Campinas no dia da Corrida da Amil. Não encontrei marquise sem ter alguém dormindo.

Após deixarmos a Van fomos retirar nossos kits, guardarmos casacos e kits e preparar para o aquecimento. Retirada de kit e guarda-volumes bem como infraestrutura impecáveis.
Chamou-me bastante atenção à quantidade de gente na corrida. Tempo bom com sol aparecendo e um colorido todo especial na área de concentração contrastando com a camiseta preta da prova.



Nosso aquecimento foi especial. Após alongarmos subimos em direção ao teatro Municipal e trotamos ao lado do mesmo e nas ruas do trajeto. Somente o Clube da Corrida e poucos gatos pingados. Parecia que tudo estava lá para nós. Encontramos um fotógrafo do FocoRadical e tiramos boas fotos. Já deu para sentir que seria uma prova diferenciada.
Acabando o aquecimento nos dispersamos e fomos para largada. Fiquei no grupo com Andrea, Halim, Renato, Olair.

Ficamos bem atrás na largada. Para se ter ideia, demoramos quase 7 minutos para cruzar a mesma (6 mil participantes). A largada é diferenciada. Não existe buzina, sirene. Bem, se existe ficamos tão atrás que não escutamos. O que tem sim é um cantor de ópera (já tradição) cantando enquanto caminhamos em rumo a largada. Você caminha já olhando para arquitetura ao redor. Algo impossível durante um dia comum.

Desta vez não montei estratégia. Correr curtindo, vendo a paisagem e quando houvesse oportunidade, acelerar. Aliás acelerar só se saísse na frente ou tivesse vontade de ficar cortando as pessoas. Muito difícil pois nesta corrida existe todo tipo de corredores e caminhantes. Não pode estressar. Faz parte da mesma. Tem horas que alguén na sua frente simplesmente pára e começa a andar, outras são pessoas atravessando a rua, outras ainda são os moradores de rua que aparecem do nada no meio da muvuca. Quase atropelei uma senhora que por educação estava atravessando na faixa de pedestre.

Conforme comentado por Felipe depois, se me fizessem correr de novo, sozinho o mesmo trajeto, me perderia. Quando você acha que está indo para algum lugar, tem outros vindo de uma outra direção que não fazia sentido. Para descrever melhor o trajeto veja o mapa abaixo.



Até o quilômetro 5 foi difícil acelerar sem esbarrar, cortar ou atropelar outra pessoa. Corremos praticamente juntos Renato, Andrea e eu. No pórtico da foto ainda era possível ver-nos praticamente juntos.

Pelo menos três pontos que passamos me fizeram lembrar da infância e do meu pai (já há muito me deixou) quando nos levava aos domingos para São Paulo onde invariavelmente pegávamos uma Matinê com Tom e Jerry e depois passeávamos pela Praça da República finalizando com um almoço ou No Gato que Ri (para mim ravióli a bolonhesa) ou Moraes para curtir seu famoso filé com muito alho picado por cima.

Lembrei-me também da emoção que eu tive quando andei pela primeira vez de escada-rolante em um prédio que passamos (devo ter subido e descido por volta de umas cinquenta vezes). Cruzei a Ipiranga com a São João (Caetano não estava lá cantando para nós). Mosteiro de São Bento, Pateo do Colégio entre outros. Estes caminhos fiz recentemente com minhas meninas. Só faltou passar pelo Mercadão e pedirmos um pastel de bacalhau ou sanduiche de mortadela mas acho que não daria para continuar  a corrida.

Quando passamos pelo pórtico da foto o caminho ficou um pouco mais tranquilo e foi possível acelerar. Neste momento o Renato já estava mais na frente e a Andrea ficou um pouco atrás. 

Foi o momento solitário da corrida. Agora acaba o turismo/cultural e começa o treino. Corri sempre tentando alcançar o Renato. Lembro de passar pela Flávia e por volta do 6k o Olair. São várias subidas e descidas (algumas íngremes) curtas e tentei manter um bom ritmo. Já no final me lembrei de uma conversa com João Augusto de que eu me guardava muito na corrida. Tinha que acelerar e ver até onde aguentaria. E neste ponto o Renato me ajudou. 

Encontrei ele em uma subida por volta do k7 e ele foi puxando o ritmo. Quando vi a placa do 800 metros já estava no limite mas continuei ao lado dele. Contornamos o Teatro Municipal, passamos pelo local do aquecimento já imaginando a placa dos 200m que uma hora e meia atrás tinha visto quando batemos nossa foto. Chegada em descida. Tocava uma música que minhas filhas sempre cantam: We are Youngs. Apropriado para o dia dos pais. Passei a a linha de chegada no limite físico e por duas vezes senti que ia vomitar. Uma assistente da corrida já veio na minha direção perguntado se estava bem. Foi o esforço. Não tinha mais energia para consumir. Passado este mal estar (uns dois minutos) já estava novo. Claro que cansado. Os músculos também sentiram principalmente devido as subidas. Valeram os treinos pós Athenas onde estamos sempre correndo em subidas. 

Missão cumprida. Recebemos o kit pós-prova com medalha, sandwich, banana e maça e copo de gatorade. Nada em excesso. Tudo muito na medida e com qualidade. Tempo de batermos papos, saber resultado da maratona, tirarmos fotos e voltar para nossa Van. Ainda encontramos amigos de Campinas pelo caminho.



Volta tranquila, angustiados com o resultado do Voley Masculino e louco para ver minhas meninas. Afinal era Dia dos Pais e para mim foi um dia completo.

Recomendo demais esta prova. Que bom ter feito.

Resultado: 9km em 00:52:49 no ritmo de 5:39 

Um comentário:

  1. Grande Fili!
    Essa corrida foi um mix de emocional e físico para vc! Lembranças da infância, curtição e aceleração no final! Isso é viver a corrida.
    Para mim foi uma prova com ritmo alvo, corri num ritmo constante, usando a prova como treino de ritmo para a Meia de BsAs.
    Curti demais a organização, percurso e kit. Mas o melhor de tudo mesmo é ir para as corridas com os amigos.
    Abração e keep running!

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