12 de agosto de 2012
Centro Histórico – São Paulo
Há provas
para bater recordes pessoais, outras para treinar. Há ainda provas para curtir.
A Corrida do Centro Histórico é um misto de turismo, curtição, volta ao passado
e por alguns momentos um bom treino. Correr mesmo só se largar lá na frente.
Já preparado,
foi com este espírito que me inscrevi nesta prova. Coloquei no nosso grupo de
facebook e logo vários toparam participar e nosso coach providenciou a logística
necessária.
Desta vez
viajamos numa van com 14 participantes e encontramos o Olair que já estava em Sampa.
Como a largada era as oito horas da manhã foi possível dormir um pouco mais e
lá pelas quatro já estava acordado para um lanche básico e partir para nosso
ponto de encontro sem os "n" itens na mochila que levei para o
Athenas. Somente o básico na esperança de estar um bom tempo em São Paulo o que
se confirmou.
Partimos no
horário combinado. Viagem tranquila, seguindo nos smartphones notícias da
Olimpíadas e principalmente da prova da maratona. Quase nem falamos da decepção
do futebol. Aliás é algo que nem mais decepciona. Virou rotina.
Paramos para
último abastecimento calórico no Frango Assado por volta das seis horas e
partimos rumo ao nosso destino.
Entramos em
São Paulo pelo caminho do Mercadão e o que me chamou a atenção foi a quantidade
de moradores de rua ao redor do mesmo e do Centro Histórico. Já fiquei
impressionado aqui em Campinas no dia da Corrida da Amil. Não encontrei
marquise sem ter alguém dormindo.
Após
deixarmos a Van fomos retirar nossos kits, guardarmos casacos e kits e preparar
para o aquecimento. Retirada de kit e guarda-volumes bem como infraestrutura
impecáveis.
Chamou-me
bastante atenção à quantidade de gente na corrida. Tempo bom com sol aparecendo
e um colorido todo especial na área de concentração contrastando com a camiseta
preta da prova.
Nosso
aquecimento foi especial. Após alongarmos subimos em direção ao teatro
Municipal e trotamos ao lado do mesmo e nas ruas do trajeto. Somente o Clube da
Corrida e poucos gatos pingados. Parecia que tudo estava lá para nós.
Encontramos um fotógrafo do FocoRadical e tiramos boas fotos. Já deu para
sentir que seria uma prova diferenciada.
Acabando o
aquecimento nos dispersamos e fomos para largada. Fiquei no grupo com Andrea,
Halim, Renato, Olair.
Ficamos bem
atrás na largada. Para se ter ideia, demoramos quase 7 minutos para cruzar a
mesma (6 mil participantes). A largada é diferenciada. Não existe buzina, sirene. Bem, se existe
ficamos tão atrás que não escutamos. O que tem sim é um cantor de ópera (já
tradição) cantando enquanto caminhamos em rumo a largada. Você caminha já
olhando para arquitetura ao redor. Algo impossível durante um dia comum.
Desta vez não
montei estratégia. Correr curtindo, vendo a paisagem e quando houvesse
oportunidade, acelerar. Aliás acelerar só se saísse na frente ou tivesse
vontade de ficar cortando as pessoas. Muito difícil pois nesta corrida existe
todo tipo de corredores e caminhantes. Não pode estressar. Faz parte da mesma. Tem horas que alguén na sua frente simplesmente pára e começa a andar, outras são pessoas atravessando a rua, outras ainda são os moradores de rua que aparecem do nada no meio da muvuca. Quase atropelei uma senhora que por educação estava atravessando na faixa de pedestre.
Conforme
comentado por Felipe depois, se me fizessem correr de novo, sozinho o mesmo
trajeto, me perderia. Quando você acha que está indo para algum lugar, tem
outros vindo de uma outra direção que não fazia sentido. Para descrever melhor
o trajeto veja o mapa abaixo.
Até o
quilômetro 5 foi difícil acelerar sem esbarrar, cortar ou atropelar outra
pessoa. Corremos praticamente juntos Renato, Andrea e eu. No pórtico da foto
ainda era possível ver-nos praticamente juntos.

Lembrei-me
também da emoção que eu tive quando andei pela primeira vez de escada-rolante em
um prédio que passamos (devo ter subido e descido por volta de umas cinquenta
vezes). Cruzei a Ipiranga com a São João (Caetano não estava lá
cantando para nós). Mosteiro de São Bento, Pateo do Colégio entre outros. Estes
caminhos fiz recentemente com minhas meninas. Só faltou passar pelo Mercadão e
pedirmos um pastel de bacalhau ou sanduiche de mortadela mas acho que não daria
para continuar a corrida.
Quando passamos
pelo pórtico da foto o caminho ficou um pouco mais tranquilo e foi possível
acelerar. Neste momento o Renato já estava mais na frente e a Andrea ficou um
pouco atrás.
Foi o momento solitário da corrida. Agora acaba o turismo/cultural
e começa o treino. Corri sempre tentando alcançar o Renato. Lembro de passar pela
Flávia e por volta do 6k o Olair. São várias subidas e descidas (algumas íngremes)
curtas e tentei manter um bom ritmo. Já no final me lembrei de uma conversa com
João Augusto de que eu me guardava muito na corrida. Tinha que acelerar e ver
até onde aguentaria. E neste ponto o Renato me ajudou.
Encontrei ele em uma
subida por volta do k7 e ele foi puxando o ritmo. Quando vi a placa do 800
metros já estava no limite mas continuei ao lado dele. Contornamos o Teatro
Municipal, passamos pelo local do aquecimento já imaginando a placa dos 200m
que uma hora e meia atrás tinha visto quando batemos nossa foto. Chegada em
descida. Tocava uma música que minhas filhas sempre cantam: We are Youngs. Apropriado
para o dia dos pais. Passei a a linha de chegada no limite físico e por duas
vezes senti que ia vomitar. Uma assistente da corrida já veio na minha direção
perguntado se estava bem. Foi o esforço. Não tinha mais energia para consumir.
Passado este mal estar (uns dois minutos) já estava novo. Claro que cansado. Os
músculos também sentiram principalmente devido as subidas. Valeram os treinos
pós Athenas onde estamos sempre correndo em subidas.
Missão
cumprida. Recebemos o kit pós-prova com medalha, sandwich, banana e maça e copo
de gatorade. Nada em excesso. Tudo muito na medida e com qualidade. Tempo de
batermos papos, saber resultado da maratona, tirarmos fotos e voltar para nossa
Van. Ainda encontramos amigos de Campinas pelo caminho.
Volta
tranquila, angustiados com o resultado do Voley Masculino e louco para ver
minhas meninas. Afinal era Dia dos Pais e para mim foi um dia completo.
Recomendo
demais esta prova. Que bom ter feito.
Resultado: 9km em 00:52:49 no ritmo de
5:39
Grande Fili!
ResponderExcluirEssa corrida foi um mix de emocional e físico para vc! Lembranças da infância, curtição e aceleração no final! Isso é viver a corrida.
Para mim foi uma prova com ritmo alvo, corri num ritmo constante, usando a prova como treino de ritmo para a Meia de BsAs.
Curti demais a organização, percurso e kit. Mas o melhor de tudo mesmo é ir para as corridas com os amigos.
Abração e keep running!