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terça-feira, 28 de agosto de 2012

Correr e Caminhar – Etapa Sanofi




19 de agosto de 2012
Correr e Caminhar – Etapa Sanofi Diabetes – IAC - Campinas

Este post será rápido.

Minhas últimas corridas relacionaram-se a bater record pessoal 10k, resistir 16k, curtir Centro Histórico de São Paulo. Esta foi para treinar, descobrir meu limite.

A corrida foi no IAC de Campinas, local muito agradável onde já treinei algumas vezes. Manhã de domingo quente e muito seco. Largada 9 da manhã. Percurso em asfalto e terra.

Tudo que você paga por uma boa prova esta tinha. Pode-se considerar um prova honesta. Bag, camiseta, medalha, infraestrutura muito boa. Por estar calor faltou na prova um posto a mais hidratação.

Uns vinte corredores do Clube da Corrida estavam lá e fizemos nosso alongamento e aquecimento juntos.


O percurso e altimetria aqui mostrados me levaram a montar uma estratégia suicida. Os primeiros 7k são em declives e retas e os 3k finais em subida. Por considerar um treino correria o máximo que aguentasse verificando meu limite e com o que sobrasse de força “sobreviver” nos 3k finais e chegar.


Dado a largada pratiquei o planejado. Corri no pace de 5 até entrar na terra (por volta do 3,5k). Neste primeiros quilômetros corremos entre árvores e um campo de trigo muito bonito (parecia cena do Gladiador). Quando entramos na terra a respiração ficou pior devido a poeira. Ainda teve trechos difíceis de descida onde o cuidado era redobrado para não torcer o pé. Por volta do 5k Halim me passou e compartilhou um copo de água que caiu muito bem.

Entre o sexto e sétimo quilômetro senti o esforço empregado. A sensação é de todas as forças estão te abandonando. Foi nesta hora que demos voltas em um cafezal. A vontade era de deitar ali. Já senti cansaço mas igual a este nunca. Me arrastei até o próximo ponto de hidratação (7,2k), parei, ingeri um carboidrato, água, andei alguns metros e voltei a me arrastar. Incrível. Já não tinha nenhuma energia. Nem vi a placa dos 8k. Quando cheguei na pior subida já saindo da terra, caminhei mais um pouco e somente quando passei pela placa dos 9k voltei a correr terminando a corrida em 59 minutos.

Como tempo de prova foi uma decepção, mas como o objetivo foi o de testar meus limites, esta prova me deu bons parâmetros. Não acredito que o clima afetou o desempenho não. Foi realmente o ritmo forte que eu imprimi nos primeiros 5k. Normalmente nos treinos consigo percorrer até 2k abaixo de 5:20 com muito sacrifício. Se tivesse optado pelos 5k talvez fizesse o meu melhor tempo.


Foi uma corrida com bons aprendizados e me ajudou em muito a pensar em adquirir velocidade nos treinos para manter um bom ritmo por mais tempo.

Resultado: 10km em 00:59:24 no ritmo de 5:56

terça-feira, 14 de agosto de 2012

17ª Corrida Centro Histórico




12 de agosto de 2012
Centro Histórico – São Paulo

Há provas para bater recordes pessoais, outras para treinar. Há ainda provas para curtir. A Corrida do Centro Histórico é um misto de turismo, curtição, volta ao passado e por alguns momentos um bom treino. Correr mesmo só se largar lá na frente.

Já preparado, foi com este espírito que me inscrevi nesta prova. Coloquei no nosso grupo de facebook e logo vários toparam participar e nosso coach providenciou a logística necessária.

Desta vez viajamos numa van com 14 participantes e encontramos o Olair que já estava em Sampa. Como a largada era as oito horas da manhã foi possível dormir um pouco mais e lá pelas quatro já estava acordado para um lanche básico e partir para nosso ponto de encontro sem os "n" itens na mochila que levei para o Athenas. Somente o básico na esperança de estar um bom tempo em São Paulo o que se confirmou.

Partimos no horário combinado. Viagem tranquila, seguindo nos smartphones notícias da Olimpíadas e principalmente da prova da maratona. Quase nem falamos da decepção do futebol. Aliás é algo que nem mais decepciona. Virou rotina.

Paramos para último abastecimento calórico no Frango Assado por volta das seis horas e partimos rumo ao nosso destino.

Entramos em São Paulo pelo caminho do Mercadão e o que me chamou a atenção foi a quantidade de moradores de rua ao redor do mesmo e do Centro Histórico. Já fiquei impressionado aqui em Campinas no dia da Corrida da Amil. Não encontrei marquise sem ter alguém dormindo.

Após deixarmos a Van fomos retirar nossos kits, guardarmos casacos e kits e preparar para o aquecimento. Retirada de kit e guarda-volumes bem como infraestrutura impecáveis.
Chamou-me bastante atenção à quantidade de gente na corrida. Tempo bom com sol aparecendo e um colorido todo especial na área de concentração contrastando com a camiseta preta da prova.



Nosso aquecimento foi especial. Após alongarmos subimos em direção ao teatro Municipal e trotamos ao lado do mesmo e nas ruas do trajeto. Somente o Clube da Corrida e poucos gatos pingados. Parecia que tudo estava lá para nós. Encontramos um fotógrafo do FocoRadical e tiramos boas fotos. Já deu para sentir que seria uma prova diferenciada.
Acabando o aquecimento nos dispersamos e fomos para largada. Fiquei no grupo com Andrea, Halim, Renato, Olair.

Ficamos bem atrás na largada. Para se ter ideia, demoramos quase 7 minutos para cruzar a mesma (6 mil participantes). A largada é diferenciada. Não existe buzina, sirene. Bem, se existe ficamos tão atrás que não escutamos. O que tem sim é um cantor de ópera (já tradição) cantando enquanto caminhamos em rumo a largada. Você caminha já olhando para arquitetura ao redor. Algo impossível durante um dia comum.

Desta vez não montei estratégia. Correr curtindo, vendo a paisagem e quando houvesse oportunidade, acelerar. Aliás acelerar só se saísse na frente ou tivesse vontade de ficar cortando as pessoas. Muito difícil pois nesta corrida existe todo tipo de corredores e caminhantes. Não pode estressar. Faz parte da mesma. Tem horas que alguén na sua frente simplesmente pára e começa a andar, outras são pessoas atravessando a rua, outras ainda são os moradores de rua que aparecem do nada no meio da muvuca. Quase atropelei uma senhora que por educação estava atravessando na faixa de pedestre.

Conforme comentado por Felipe depois, se me fizessem correr de novo, sozinho o mesmo trajeto, me perderia. Quando você acha que está indo para algum lugar, tem outros vindo de uma outra direção que não fazia sentido. Para descrever melhor o trajeto veja o mapa abaixo.



Até o quilômetro 5 foi difícil acelerar sem esbarrar, cortar ou atropelar outra pessoa. Corremos praticamente juntos Renato, Andrea e eu. No pórtico da foto ainda era possível ver-nos praticamente juntos.

Pelo menos três pontos que passamos me fizeram lembrar da infância e do meu pai (já há muito me deixou) quando nos levava aos domingos para São Paulo onde invariavelmente pegávamos uma Matinê com Tom e Jerry e depois passeávamos pela Praça da República finalizando com um almoço ou No Gato que Ri (para mim ravióli a bolonhesa) ou Moraes para curtir seu famoso filé com muito alho picado por cima.

Lembrei-me também da emoção que eu tive quando andei pela primeira vez de escada-rolante em um prédio que passamos (devo ter subido e descido por volta de umas cinquenta vezes). Cruzei a Ipiranga com a São João (Caetano não estava lá cantando para nós). Mosteiro de São Bento, Pateo do Colégio entre outros. Estes caminhos fiz recentemente com minhas meninas. Só faltou passar pelo Mercadão e pedirmos um pastel de bacalhau ou sanduiche de mortadela mas acho que não daria para continuar  a corrida.

Quando passamos pelo pórtico da foto o caminho ficou um pouco mais tranquilo e foi possível acelerar. Neste momento o Renato já estava mais na frente e a Andrea ficou um pouco atrás. 

Foi o momento solitário da corrida. Agora acaba o turismo/cultural e começa o treino. Corri sempre tentando alcançar o Renato. Lembro de passar pela Flávia e por volta do 6k o Olair. São várias subidas e descidas (algumas íngremes) curtas e tentei manter um bom ritmo. Já no final me lembrei de uma conversa com João Augusto de que eu me guardava muito na corrida. Tinha que acelerar e ver até onde aguentaria. E neste ponto o Renato me ajudou. 

Encontrei ele em uma subida por volta do k7 e ele foi puxando o ritmo. Quando vi a placa do 800 metros já estava no limite mas continuei ao lado dele. Contornamos o Teatro Municipal, passamos pelo local do aquecimento já imaginando a placa dos 200m que uma hora e meia atrás tinha visto quando batemos nossa foto. Chegada em descida. Tocava uma música que minhas filhas sempre cantam: We are Youngs. Apropriado para o dia dos pais. Passei a a linha de chegada no limite físico e por duas vezes senti que ia vomitar. Uma assistente da corrida já veio na minha direção perguntado se estava bem. Foi o esforço. Não tinha mais energia para consumir. Passado este mal estar (uns dois minutos) já estava novo. Claro que cansado. Os músculos também sentiram principalmente devido as subidas. Valeram os treinos pós Athenas onde estamos sempre correndo em subidas. 

Missão cumprida. Recebemos o kit pós-prova com medalha, sandwich, banana e maça e copo de gatorade. Nada em excesso. Tudo muito na medida e com qualidade. Tempo de batermos papos, saber resultado da maratona, tirarmos fotos e voltar para nossa Van. Ainda encontramos amigos de Campinas pelo caminho.



Volta tranquila, angustiados com o resultado do Voley Masculino e louco para ver minhas meninas. Afinal era Dia dos Pais e para mim foi um dia completo.

Recomendo demais esta prova. Que bom ter feito.

Resultado: 9km em 00:52:49 no ritmo de 5:39 

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Circuito Athenas - Etapa 2 - (8k/16k)


22 de julho de 2012
Marginal Pinheiros – São Paulo


Minha primeira prova fora dos limites do 10k. Entrei no Circuito Athenas justamente para poder ter metas até chegar aos 21k. O primeiro real desafio: completar 16k.

Preparação

Logo depois do Athenas 10k iniciei a preparação para os 16k. A dúvida era: conseguiria ter resistência psicológica e física ?

Para esta etapa de treinamentos os amigos do Clube da Corrida foram fundamentais. Eu realmente não tenho paciência, controle para treinar sozinho a quilometragem necessária. Por isso mesmo os sábados e outros dias de longo tornaram-se muito agradáveis e bem menos cansativo na companhia deles e principalmente Julio, João Augusto, Andrea, Olair, Renato os quais dividimos grandes papos durante os treinos.

Meu primeiro longão ocorreu em um sábado 2 de junho. Corri 14k. Quando acabei não senti as pernas. Sensação muito estranha mas certeza de que era possível. Até o km 12 tudo tranquilo mas os últimos dois foram um castigo. Na quarta seguinte com frio e chuva 12k na companhia de Marina, Rodrigo, Tomoki e Halim e repeti os mesmos 12k no sábado. Pronto. O corpo acostumou-se. Voltei a fazer 14k em 24 de junho, domingo, desta vez sozinho e sem parar, o que durou 1:30. Foi um bom preparo psicológico. Não parei nem para hidratar para sentir o esforço ao máximo. Mais um longão de 14k no dia 7 de julho (7k + 7K) e 12k sem parar no dia 18 de julho (muito frio) como última preparação. O importante foi sentir que correndo em um pace de 6:20 finalizaria a prova tranquilamente o que me deixou confiante, visto que não me importava o tempo mas sim não parar em nenhum momento da prova nem para caminhar.

A Viagem


Como levantaríamos cedo, por volta das 3 da manhã, tudo deveria estar pronto na noite anterior. O difícil era imaginar qual seria a temperatura do dia, que tipo de roupa adequada usar. Bom segue para curiosidade o que eu levei na mala:
- 2 sachês de gel
- banana e água de côco para antes da corrida
- toalha, camiseta, chinelo e shorts para depois da prova
- boné, óculos e iPod
- blusa térmica, shorts e calça térmica para decidir na hora o que usar
- meia de compressão

Me encheram até com todos os itens levados mas que foi bom foi. Desta vez acho que ganhei do Rodrigo Vichi. O duro é lembrar e decidir, dentro do ônibus, o que usar na prova mas principalmente não esquecer nada.

O ponto de encontro da turma foi no portão 7 do Taquaral e todos chegaram no horário e pudemos partir sem o sufoco da outra vez. Descontração total no ônibus. Hora de bater papo e concentrar para prova. 

Fizemos nossa parada no Frango Assado e chegamos com folga na arena do evento dando tempo para se aclimatar (checar todos os itens), alongar e aquecer.

O tempo estava um pouco frio mas com sol apontando no horizonte e promessa de esquentar. Muito diferente da prova da semana anterior em Campinas.

A prova


Após aquecimento fomos para largada. Muita gente na prova o que aumenta o ânimo. Nos posicionamos na frente, desejamos boa sorte e aguardamos a largada dançando com a música para esquentar. Importante frisar que a largada é conjunta para todas as distâncias (4k, 8k e 16k).

Antes da largada João Augusto fez uma proposta louca de tempo dividindo a prova em três etapas correndo progressivamente mas declinei. Muito forte para meu condicionamento. Combinei com Andrea de corrermos juntos dentro de uma proposta de pace de 6:10 para termos certeza de que conseguiríamos finalizar a prova inteiros e sem parar. 

Largada tranquila e sem o stress da ultima corrida onde o objetivo era baixar tempo. Tenho que dizer que eu curti a corrida. Sem stress. Olhava para o Garmin só para checar se o pace estava adequado sem muita preocupação e segurando a Andrea que corria sempre na minha frente.

Não me lembro do visual da corrida quando fiz os 10k. Acho que a concentração era tanta que passou desapercebido os prédios ao lado. Quando me aproximava da Ponte Espraida o sol surgiu atrás dela dando um tremendo visual. Nesta hora no iPod tocava Florence + Machine e a partir deste ponto a arquitetura dos prédios é muito show. Ajudou em muito a passar os primeiro 8k. A música também foi fundamental para manter o objetivo. Por ser uma reta é algo desafiador pois a sensação é de nunca chegar a curva para voltar (conversei com vários amigos depois e comentaram esta sensação). Pelo quilômetro 6 já era possível ver corredores voltando e o desafio era saber qual seria a ordem de passagens dos nossos amigos. È bom para distrair. Apostas feitas e eu e Andrea acertamos. Na verdade esquecemos do Mário Basso que passou em segundo.

Quando viramos na metade da prova um certo alívio deu e o próximo limite que eu me impuz foi o dos 10k. Na volta o visual continuou maravilhoso e ajudou em muito pois neste momento uma tal ansiedade começava a aparecer. No iPod a seleção de rock iniciou. O próximo marco seria o dos 12k onde tinha um pórtico para fotos. Estes pequenos marcos ajudaram a alimentar o ânimo.

Por esta hora tocou Walk do Foo Fighters o que combinou totalmente com o cenário e espírito. 

Ansiedade total. Quando chegamos no 14k me arrepiei. Senti uma emoção muito grande. Sabia que conseguiria atingir a meta proposta.

Agora era questão de tempo e conseguiria terminar a prova como planejado. Instintivamente acelerei. È claro que o final nunca chegava e o cansaço misturado com a ansiedade e emoção parecia levar mais longe a Linha de Chegada. Poses para foto, mais um pouquinho e pronto. Cruzamos a linha de chegada. Nos abraçamos. Dever cumprido. Amigos do CC estavam lá nos esperando o que foi demais. Para mim muita emoção. Sentimento de que o esforço realizado foi compensador e com vontade de treinar logo para os 21k.

Que cansaço gostoso. Que dores musculares agradáveis. Parece algo masoquista mas não, 
deve ser o efeito da endorfina.

Peguei medalha, comi uma banana, gatorade, mais água .. Encontrar os amigos na arena para celebrar mais uma etapa cumprida. Verificar se não esqueci nenhum item levado. 


Novamente uma prova impecável. Hidratação com água e gatorade. Boa sinalização. Arena adequada e muitos corredores. Da parte do Clube da Corrida também. Tudo perfeito para nos preocuparmos somente com a prova.

Agora é hora de retornar até porque na segunda iniciava ... férias. 

OBS: o corpo ficou cansado por uma semana. Quando voltei aos treinos no sábado o corpo ainda sentia o desgaste do 16k.

No final o tempo foi melhor que o planejado.

Resultado: 16km em 01:37:39 no ritmo de 6´:06