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sexta-feira, 15 de maio de 2015

Treinos e mais treinos + Corrida Amil




Treinar, treinar, treinar - 2015

Prova alvo: Asics 21k São Paulo
Data: 2/08/2015
Meta: entre 2h e 2h:10

Após os 5k de dezembro, ainda fiz um treino natalino junto com alguns abnegados na Brigada. Foram 10k preparando-se para o Natal e ano novo. Depois não fiz mais nada considerado esportivo. Apenas prazeres mundanos como comer, beber e dormir. Passei o ano novo na Pousada do Rio Quente. Então soma-se a tríade, sol e água quente. Cansei de descansar. Fiz uma corrida leve debaixo de um sol forte na véspera do ano novo e só. Voltar para rotina e aguardar a planilha. Início de um novo ciclo. Periodização. Base. Por base entenda-se fortalecimento, resistência e subida da Caixa D´água do Taquaral, muitas vezes.



As duas primeiras semanas de treino foram desesperadoras. Peguei forte logo de cara e aumentei mais um dia na semana de treinos. O corpo sentiu. Comecei a sentir dores na axila direita. Não dei bola para as dores. Quando fui ver o estrago estava feito. Furunculose. No meu caso sete furúnculos. Causa provável: fraqueza + calor da época + corpo debilitado. Sem problemas, afinal existe antibiótico e por sorte uma boa enfermeira no trabalho que apertou estes meus amiguinhos por uma semana (de sair lágrimas dos olhos) e fazia bons curativos que não atrapalharam os treinos.

Três quartos dos meus treinos são feitos em esteira na academia. É chato. Muito chato. Principalmente rodagem e trote. Sou eu a e a TV. Acho que já assisti toda temporada do Friends entre outros. Às vezes algum canal passa algo aproveitável. Na hora do almoço não tem muitas opções. Terças e quartas é um horror. Como não tem jogo de futebol normalmente não tem gols ou lances interessantes nos canais esportivos. Salve os ipods. Para os longos, uma toalha sobre o visor ajuda também. Não aguento ficar vendo o tempo ou quilometragem não passar. Não tem nenhum outro louco treinando por perto e as esteiras ficam isoladas. Haja vontade. Mas ainda bem que tem os sábados. Troco qualquer quilometragem na academia por tiros na subida da Caixa d´água.

Treinar em um ambiente controlado faz com que você perca a sensação de esforço. Não consigo controlar minhas passadas dentro de um determinado pace ao ar livre. Sofro muito para manter ritmo. A pista interna da Lagoa não é plana o que dificulta um pouco mais a adaptação. Mas não tem outro jeito. Um dia que tiver uma prova para esteira estarei bem adaptado e farei um ótimo tempo. Quem sabe surge uma categoria esteira para a Asics 21k.

Como motivação encaixamos a corrida Meia Maratona Amil – 10k. A prova ideal seria a Tribuna de Santos (o grupo vai em peso para esta prova), mas por conta de compromissos agendamos esta. Criar marcos intermediário no treinamento é bom para estimular. Só treinar, cansa.

Entrei o ano com o sério propósito de entrar em algumas calças com tranquilidade. Moderei a alimentação dentro do possível e com mais um dia de treino no cardápio gramas foram perdidas. Mas exagerei. Após treinos de rodagem comia salada ou então sashimi. Me  alimentava mas esta combinação me deixou fraco e com a evolução dos treinos senti principalmente na recuperação. No dia seguinte tinha a sensação de cansaço e fraqueza. E a resposta veio na prova.


5ª Meia Maratona Amil
Campinas, 22 de abril de 2015




Resultado final: 10,4 km em 1:02:00 com pace de 5:58

A confiança ou a falta de confiança andam lado a lado na corrida.

Este relato é mais uma expiação para meu entendimento da prova mas com certeza ajudará você a se preparar e ficar atento na sua próxima corrida

Resumo segundos pós-prova
  • Decepção. Frustação. Fracasso.
  • Pensamento do dia: não fui feito para correr.

Resumo dias pós-prova
  • Que estratégia louca eu utilizei. Onde estava com a cabeça. Não foi tão ruim.

Demorou para absorver o resultado. Somente após uma semana que voltei ao normal e trabalhei para entender o que aconteceu. Fiquei muito mal com o resultado. O que deveria me dar prazer transformou num calvário. Vamos lá: café da manhã fraco, acelerar no começo, explodir nas descidas, desgaste mental. Acho que ainda dá para incluir mais coisas neste balaio.
Entendendo o que eu chamo de fracasso. Eu queria terminar a corrida com um pace de 5:50. Pela dificuldade do percurso ficaria contente.

Foram 43 atividades em 300 km percorridos iniciados em seis de janeiro e finalizados no dia da prova. Uma boa preparação. Na tentativa de compreender minha corrida, inicio com fatores que no meu entendimento contribuíram para o resultado:
1 - Como já comentei, o fato de treinar sempre em esteira atrapalha demais. Não é desculpa. Não tenho a sensação do esforço de subidas e descidas. Não controlo adequadamente o pace.
2 - A semana no trabalho foi conturbada, mas não colocaria como risco para a prova.
3 – Alimentação na semana foi adequada, porém no sábado não foi. Almoço fraco e jantar pizza.
4 – Acordei cedo e meu café da manhã foram duas torradas e um café (duas horas antes da prova). Cheguei a levar uma banana para comer antes, mas esqueci.
5 – Já previa dificuldade na subida da Moraes Salles e medo (lembrando que um colega faleceu após esta subida na corrida do ano passado).
6 – ¾ dos meus treinos são realizados na hora do almoço; nesta hora meu organismo está com energia na medida certa. De manhã o corpo não responde adequadamente.

(falta de) Estratégia da corrida ou como errar em nove passos.
1 – saí rápido; deveria ter iniciado mais leve e aquecendo pelo menos até o final da Francisco Glicério.
2 – desci muito rápido a Aquidabã ao lado do Bosque (pace entre 4:50 e 5:10).
3 – voltei a atacar as subidas em direção ao estádio da Ponte e depois na princesa D´Oeste.
4 – senti pontada na coxa direita mas foi passageira; com certeza devido a descida do bosque.
5 – fechei os primeiros 5k com pace de 5:40.
6 – ente os 5k e 8k o pace caiu em torno de 6:05; o Vichi e Marina passaram por mim perto do Guarani e tentei segui-los mas a perna já não funcionava; faltou energia, me senti fraco.
7 – bateu o desespero, medo .... quando iniciei a subida as pernas travaram ...Glenn e Marlucy ainda me incentivaram mas não teve jeito (neste momento passaram o primeiro e segundo lugar dos 21k lado a lado...impressionante)
8 – quando cheguei no plano, na rua Coronel Quirino, desisti da prova, mentalmente destruído trotei e andei até quilômetro 9.
9 – quando cheguei no 9k tirei forças e acelerei até o final ...neste trecho iniciei em 5:00 e finalizei em 5:30 .... resumindo ... eu tinha reservas (hoje entendo que o mental foi preponderante nesta prova).


Foi duro o pós prova. Para mim uma derrota. Ainda fiquei vendo os amigos chegarem mas a vontade foi de sumir dali. Depois de um tempo peguei a medalha e fui para nossa tenda. Não tive vontade de fotos e fui embora. Desconsolado. Assim foi o domingo inteiro. Sentei na TV e não fiz mais nada. O que era para ser um relaxamento mostrou-se uma frustração.

Mas nada como um dia após o outro. No dia seguinte no trabalho encontrei meu chefe e perguntei sobre a corrida dele no domingo em São Paulo. Ele também estava frustrado. Não conseguiu melhorar o tempo no 10k. Queria ter feito em 58 minutos e fez em uma hora. Pois é .. dois minutos. O que são dois minutos para te levar a alterar o estado emocional? Coisas de que somente quem corre entende. Demos muitas risadas com esta nossa estupidez, esta frustração momentânea. O fato é que somos competitivos por natureza e sempre queremos nos desafiar. É o caminho para crescer. Não dá para ficar no trotinho, temos que correr mais, temos que conseguir estes dois minutos.

Não corri a semana toda. Autopunição pelo meu resultado. Mas na outra semana já estava na academia correndo, me alimentando melhor pós-treino e me preparando para o próximo desafio.

Correr é um aprendizado. É um exercício de humildade. É um trabalho para o corpo e para a mente.


Curiosidade: no ano passado meu pace nesta corrida foi 6:30, cheguei 5 minutos depois e  fiquei contente. O que é expectativa ?

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