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terça-feira, 28 de abril de 2015

Novos rumos + Corrida Circuito das Estações Caixa - Verão



Durante os meus treinos para Maratona de Revezamento montei minha base no Taquaral aos sábados junto a assessoria Gi+.  Vários amigos estavam lá e comecei a pensar se deveria voltar a treinar ou não com suporte de uma assessoria. Na ocasião decidi por treinar sozinho. Afinal ainda não sabia que rumo pensava em seguir. Correr por correr ou correr com objetivos específicos (tempo, distância).

No final de semana pós Maratona de Revezamento ocorreu a corrida da Integração em Campinas. Resolvi correr de pipoca. A ideia era ver se conseguiria correr os 10k e a partir daí decidir o futuro. No fundo queria sentir a sensação gostosa de uma largada movimentada, a arena com as tendas das assessorias armadas, rever amigos.

Fui despreocupado. A missão era sobreviver. Não lembro muito desta corrida. Sei que corri tranquilo, diminuindo nas subidas, segurando as descidas, como um legítimo panga. Não queria andar em nenhum ponto. E assim fui. Enfrentei a subida da Orosimbo para Barão de Itapura e dali até a Miami a passos curtos e contínuo com coração na boca. Descida para a Lagoa, descansando, e já pensando na subida do Portão 5 sabendo que depois só descida me separaria da linha de chegada. Por ser pipoca, não pude passar pelo pórtico e o jeito foi ficar trotando no gramado da arena (Arautos da Paz) até fechar os 10k (tempo de 1h06min no pace de 6:36). Foi difícil mas consegui. Pernas acabadas. Apesar de toda musculação, faltou resistência. Fui para barraca da Gi+ ver os amigos e bater papo. Ali decidi. Quero continuar correndo mas vou precisar de ajuda. Entrei no time laranja e verde.


No sábado seguinte trotei com Gisele (a Gi+ em pessoa) para falar sobre minhas expectativas. Na verdade com o trote já diminui meus objetivos. Só de imaginar ia ficando cansado.

Com cinquenta anos, casado, duas filhas, trabalhando em São Paulo, com possibilidade de treinar somente um dia ao ar livre e os demais dentro de uma academia, que gosta de jantares harmonizados com muito vinho e também de uma boa cerveja artesanal combinamos de encontrar um meio de me deixar pronto para alguns objetivos para 5k, 10k e 21k. Fui modesto e pedi para poder voltar a correr os 5k no pace de 5´, os 10k em 55´ e os 21k em 2 horas. É bem modesto. Acho que qualquer Papai Noel daria este presente para um corredor que tenha se comportado bem durante o ano. Claro que não existe milagre. Existe treino e mais treino. E esta parte seria totalmente da minha responsabilidade neste "contrato".

Para iniciar os trabalhos e criar um objetivo a curto prazo decidimos por uma corrida de 5k. Serviria como um teste para futuro planejamento. Como tinha compromissos na véspera da corrida do Seo Rosa, me inscrevi para o Circuito das Estações Verão no dia 21 de dezembro. Se arrependimento matasse. Não pela corrida, mas pela data.Todos se reunindo para celebrações de final de ano e eu declinando devido aos treinos.

Iniciei a planilha no dia 6 de outubro. Foram 34 atividades neste período (3 vezes por semana) totalizando 222 quilômetros. Atividades de força, resistência, velocidade. Trotes, rodagens, fartlek e subida da Caixa D´água.

Por volta de outubro, comecei a sentir fortes dores no pé esquerdo. Não sei se por causa da adaptação ao treino na esteira ou esforço, ou ainda um tênis não apropriado. Graças a internet, me auto diagnostiquei com problemas nos sesamoides. Dois ossinhos abaixo do dedão extremamente sensíveis. Cheguei a ir um dia no pronto socorro tal a dor. O médico falou que provavelmente eu estava certo. Achei incrível, mas o que esperar de um pronto socorro. Antiinflamatório e repouso. Não fiquei seguro com o diagnóstico (a internet tinha outra visão). Por via das dúvidas tomei o antiinflamatório. Ainda hoje a dor volta. Mas a prova estava marcada. Os sesamoides podiam esperar.


Corrida Circuito das Estações Caixa - Verão
São Paulo, Pacaembu, 21 de dezembro de 2014

Novamente corri com o grupo da Prodam. Desta vez a corrida era um pouco mais tarde podendo sair de Campinas por volta das seis da manhã. Como sempre, cheguei bem cedo e pude estacionar com tranquilidade. A corrida faz um dos percursos tradicionais de São Paulo, com largada e chegada no Pacaembu e utilizando parte do Minhocão. O trajeto dos 5k: saída em descida leve, com uma única subida mais pesada por volta do quilômetro dois, quinhentos metros leves com quinhentos em descida voltando para avenida Pacaembu para 2 quilômetros de subida leve, e contínua. O bom que pelo menos metade do caminho é arborizado o que protege bem do sol. Aliás o dia estava bem quente e com sol forte.

Antes da prova fiz um treino para esquentar. Fui para frente do estádio e trotei e dei tiros. Estava a mil. Voltei para tenda do grupo e fiz mais um aquecimento. Objetivo da prova: pace de 5:30. Ansiedade e nervosismo total. Estômago remexendo.

A largada é distribuída por pace e respeitada e somente para quem iria fazer os 5k. Para os 10k a largada é uma hora depois o que permite os corredores de 5k ainda arriscarem nos 10k (como pipoca). Pronto. Posicionado. Alarme soou. Agora é correr.

Corrida tranquila e controlada. Fiz o que eu planejei nos pontos onde já mencionei. Acelerar, segurar, controlar. Acabei bem e com reservas. Cansado, sim, muito cansado. Sentimento que poderia ter me soltado mais. Estava preparado. Mas o mais importante: objetivo alcançado. Durante os treinos por vezes me senti mal (talvez falta de energia) o que levava a uma sensação de náusea. Fiquei com medo de acelerar muito e faltar esta energia. Por isso fiz uma corrida segura.

Muita alegria ao final. Quando voltei para tenda e peguei o celular para tirar uma foto a treinadora já estava no whatsApp aflita querendo saber sobre a prova. Isto foi muito legal.

E os sesamoides ?  Eu não lembrei mais deles, mas eles estão lá. Com certeza.

Pronto para os desafios de 2015.

Resultado final: 5,24 km em 28:58 com pace de 5:32

Condição física: ainda acima do peso e com a preocupação das festas natalinas e de ano novo

quarta-feira, 15 de abril de 2015

22ª Maratona de Revezamento Pão de Açucar



22ª Maratona de Revezamento Pão de Açucar
São Paulo, 21 de setembro de 2014

Sem dúvida uma das maiores provas de revezamento do mundo. Mais de 30.000 atletas participantes com uma organização impecável. Por ser revezamento, é possível formar duplas, quartetos e octetos. Equipes amadoras e profissionais disputando o mesmo espaço. Imperdível.

Primeira prova com os colegas da Prodam (empresa de Tecnologia da Informação da cidade de São Paulo). Tivemos um encontro preparatório na sexta-feira antes da prova para nos conhecermos. Foram formados oito octetos na empresa. Quem já tinha feito a prova contou onde e como se posicionar na zona de troca, em qual baia cada um ficaria e principalmente para mim, novo na empresa, conhecer de quem e para quem deveria passar a pulseira de troca além de outras dicas. Para uma equipe como a nossa onde estimou-se 35 minutos para cada corredor, os primeiros iniciariam ás 7:30 e os últimos lá pelas 11 horas. Por isso cada um chegaria dentro de sua conveniência, no seu posto de troca. Não nos encontraríamos antes. É compreensível em se tratando de São Paulo mas perde aquele espírito de equipe. Seria mais uma corrida individual do que propriamente de time. Ou seja, cada um se vira nos seus trinta. Ainda imaginei que nos encontraríamos todos no final para bater papo, tirar fotos mas de novo, quem acabava já ia embora ficando para o último a missão de pegar as medalhas. Imaginando São Paulo, deslocamentos, quantidade de gente, me resignei, aceitei. O estranho é correr e voltar para casa sem medalha.


Bem, solitário na viagem, dormi cedo e às 3 da manhã já estava de pé. Café, vestir roupa, banheiro, conferir material e bora pra Sampa. Ainda muito escuro e um tempo carregado. Sinal de chuva.

No medo de não chegar a tempo, cheguei muito cedo. Por volta das cinco e trinta já estava com meu carro estacionado no estacionamento em frente a arena montada. Nesta hora caiu uma tromba d´água de lavar a alma. Sem condição de sair do carro. Me preparei dentro do mesmo.

Por volta das seis com a chuva já bem branda me dirigi a arena na tentativa de encontrar alguém. Ainda fiz uma horinha mas como não encontrei fui para meu posto de troca localizado a um quilômetro da largada. Novamente a chuva castigou. Outra tromba d´água junto com vento gelado. A primeira coisa que vem a mente é: o que é que eu estou fazendo aqui! Totalmente encharcado com o tênis fazendo glupt a cada passada. Por sorte ela foi rápida e já na largada o tempo ficou agradável. Correríamos sem chuva mas ensopados. Do meu posto de troca não foi possível ouvir a largada. Ficamos na expectativa de ver os primeiros corredores passarem por nós.

O interessante desta corrida é que você tem a oportunidade de ver correr ao seu lado grandes corredores. Por ser um circuito fechado sempre alguém passa por você. Eu fui o segundo do meu octeto. Dei sorte pois os pares neste circuito têm menos subidas. Enquanto aguardava minha passagem, pude ver Marilson e um queniano lado a lado voando pelo posto de troca. Ainda demorou muito para receber a pulseira e começar minha jornada. Ao receber iniciei forte pois era uma descida boa mas o medo de quebrar e não conhecer o trajeto me fez diminuir o ritmo. E assim fui tranquilo, olhando o Garmin, imaginando o percurso, curtindo a corrida e como falei vendo feras passar por mim. Me senti bem durante a corrida e quando percebi que cheguei próximo as zonas de troca, dentro do parque, comecei a acelerar. Consegui acelerar bem mas neste trecho é necessário cuidado pois muita gente se aglomera esperando pela troca. Quando finalizei meu trecho e o Garmin marcava um pace abaixo de seis, me senti realizado. Troca feita, tempo de comemorar. Dores nas pernas mas eufórico. O chato é não ter ninguém da equipe para conversar. Voltei para o local da arena e como não encontrei ninguém fui pra perto da linha de chegada onde as equipes mais rápidas estavam para finalizar a prova. Incrível foi ver o Frank Caldeira dar um tiro no final fechando para sua equipe. Parecia corrida de 100 metros raso. Comecei a bater papo com um corredor ao lado (ele correu dupla). Ele ia falando das equipes que cruzavam a chegada, parecia conhecer todos. Falou que demorou para passar a pulseira para o amigo pois não o encontrava nas baias de troca e isto deveria ter prejudicado a dupla. De repente ele avista o parceiro dele chegando. Eles foram terceiro lugar em duplas. O legal de corrida é isto. Sempre encontrei muita simplicidade, amizade, companheirismo e solidariedade. É um lugar mágico. Feliz por voltar.

Missão cumprida. Agora é pensar como voltar,  próxima etapa, como treinar, o que fazer para ter uma corrida confortável e aprazível.


Resultado final: 5,20 km em 30:35 com pace de 5:53

Condição física: pesado, calças ainda apertadas, gordura abdominal presente e saliente (embora a foto distorça a realidade)

quinta-feira, 9 de abril de 2015

O que aconteceu desde abril de 2014



Voltando com o correria do Fili. Na verdade, sob pressão do amigo Rodrigo Vichi.

Neste último ano diminuí bastante o ritmo, portanto a atualização do blog vai ser rápida. Começo por este post contando o que aconteceu neste período e para os próximos posts a volta as corridas, a motivação, preparação e as provas.

Tentarei sempre que possível incluir posts sobre assuntos correlacionados e não somente sobre provas. Como falei desde o primeiro post: este blog conta minha experiência, serve mais como uma lembrança de fatos e feitos. É o relato de um cara comum que abraçou a corrida como um meio de movimentar o esqueleto e durante esta jornada foi conhecendo e se interessando pelo esporte. Boa leitura.

Meu último post foi em abril de 2014 comentando a Corrida Oba. Quanto tempo. Há um ano estava desempregado, apavorado, apreensivo. Correr só para aliviar tensão. O problema era conseguir concentração. Correr também significava gastar gasolina indo para o Taquaral. Luxo naquele momento. Para continuar ativo matriculei-me na academia do amigo Sérgio Cavalcanti em Barão Geraldo para exercitar a musculatura, distrair. Não consigo lembrar se cheguei a correr neste período. Lembro-me de ver tênis, shorts e camisetas mas não os estímulos necessários. Com certeza trotei, mas não tenho lembranças.

No feriado da Páscoa, fiz caminhadas de 5 km com Mônica. Neste período tive problemas com meu pé esquerdo. Até hoje não sei o que aconteceu mas o fato é que pelas manhãs não conseguia colocar o pé no chão. Ao passar do dia acho que tudo esquentava e já conseguia caminhar. Ainda antes da Páscoa fiz uma entrevista e o horizonte voltou a ficar claro e azul.

A agonia acabou logo após a Páscoa. Iniciava assim um novo período profissional. Desta vez me deslocaria para São Paulo. Com isto cancelei minha musculação e saí da assessoria Clube da Corrida.

Para esta nova fase foi necessário rever horários, prioridades, vontades. A partir de agora teria somente o final de semana. Não mais o período maravilhoso entre 18:00 e 20:00 durante a semana onde você controlava este horário. O ritmo passou a ser:
- despertar 5:20
- café da manhã 5:30
- sair de casa 6:00
- pegar o ônibus 6:20
- chegar em São Paulo 8:00
- sair de São Paulo 17:50
- chegar em Campinas 19:35
- chegar em casa 19:50

Com esta rotina tudo complicou. Mas na vida ou você se organiza ou deixa a vida/correria te levar. E esta correria pode te levar a consequências ruins para o organismo como um todo.

Se fizerem as contas comigo vocês chegarão a seguinte conclusão: 7 horas dormindo (corpo esticado), quase 4 horas sentado em um ônibus/carro (corpo semi-esticado), 8 horas trabalhando (sentado), 5 horas divididos em almoço, jantar, café da manhã + assistir televisão (sentado). Com sorte devo ficar em pé no máximo 2 horas, mas acredito que não passa de uma hora. Todo um organismo criado para trabalhar harmoniosamente sendo transformado em uma massa inerte. Atrofiamento de musculatura, do ósseo esquelético, cardiovascular. Esqueci de alguma coisa ?

A virada aconteceu ainda em julho. Fui para Ribeirão pintar o quarto da minha filha. No domingo, um dia de sol muito bonito, tomando café na padaria vi vários atletas chegando de duas corridas que aconteceram naquele dia. Lá fora mais pessoas praticando corrida. No facebook os amigos mostrando suas medalhas de alguma corrida que acontecia no mesmo dia. Aquilo me deixou desesperado. Precisava voltar.

A primeira providência foi entrar em uma academia dentro do Shopping West Plaza (trabalho na Francisco Matarazzo em frente a Arena Palmeiras o que facilita muito). Novamente exercitar o esqueleto. Mas ainda nada de corrida. Só fortalecimento.

Por sorte na empresa onde trabalho existe um programa de incentivo ao atleta muito bem organizado onde inscrições para as provas são bancadas no intuito de desenvolver qualidade de vida aos empregados. Foi a oportunidade que eu esperava.

A primeira prova que apareceu foi a Maratona de Revezamento Pão de Açucar. Seriam somente 5 km em uma equipe de oito corredores. Tinha que dar. A prova aconteceria no dia 21 de setembro o que daria quase dois meses de preparação. Montei meu planejamento. Voltei a correr em 23 de agosto depois de quatro meses inerte. Na preparação corri quatro vezes no Taquaral e quatro vezes na esteira quase sempre cinco quilômetros. Era o que eu tinha. Pronto ou não, vamos correr.

Que dificuldade foram os treinos. Na primeira vez consegui correr 2,3 km. Na segunda 3 km. E assim fui me arrastando nesta minha planilha solitária. Como é difícil recomeçar. Você sabe onde quer chegar mas o corpo não concorda. Determinação e vontade de não passar vergonha na corrida foi o estimulo.

Confesso que ainda pensei em mil desculpas para não ir a corrida no dia combinado, mas como fazia parte de uma equipe, teria que cumprir a minha quilometragem.

Estava de volta, capenga, panga, mas de volta.

A corrida, bem, esta fica para o próximo post.


Condição física:  81 kg, grande pneu, respiração ofegante, algumas calças apertadas.