Corrida
Night Run
Campinas,
14 de setembro de 2013
O relato desta corrida está baseado muito mais na emoção de um pai
correndo com a filha pela primeira vez do que como um corredor.
Há tempos que queria participar de uma prova com Isabela. Não
acompanhei seus treinos mas sabia que no final de tarde sempre
trotava pelo condomínio. Dava alguns conselhos do que fazer mas nada
muito técnico. Após a Corrida da Ponte, onde ela correu quase 5k,
ví que tava na hora de participar de uma corrida. No calendário de
uma jovem que vai prestar vestibular este ano, a Corrida Night Run
apareceu em boa hora.
Na semana que antecedeu sugeri alguns treinos mas uma bolha no pé
impediu de executar. Já fiquei aflito achando que não conseguiria
correr na noite de sábado.
A relação que se forma em torno da prova é muito interessante.
Experiência versus juventude,
técnico versus atleta, pai versus filha. È difícil explicar.
Somam-se todas estas relações e cria um resultado muito forte. Na
minha cabeça o mais importante era finalizar a prova sem ela parar.
Claro que você idealiza tempo de prova. Imagina que se sair leve
depois dá para recuperar na descida e tal e tal e tal …. você
sonha com pódio. É uma loucura.

Fomos cedo para o Taquaral para estacionar tranquilamente e pegar o
chip. Tudo é feito junto. Tudo tem que ser explicado. Ainda deu
tempo de passar pela tenda do Clube da Corrida. Sabia que ali teria
nossas fotógrafas de plantão: Kely e Pri. Era o próprio pai coruja
orgulhoso de estar ali com a filha e precisava de fotos para
registrar. Era o momento dela, mas o meu também.
Saimos da tenda e fui mostrar a arena e nos posicionamos próximo ao
palco de premiação para aquecimento. Finalizado, fomos para a
largada e ficamos lá atrás. Aproveitei para aquecer com trotes e
alguns tiros. Minha preocupação era de entrar quente na corrida.
Após fomos nos posicionando mais a frente para não largar lá
atrás. Mesmo assim passamos pela largada com 6 minutos após início
da prova.

Com a emoção e o coração na boca largamos para o nosso 5k. Muitos
participantes na corrida o que impedia de correr forte. Por um lado
foi bom pois ajudava a manter um ritmo bem tranquilo. Durante toda
prova ia falando e checando se ela estava bem. Por conhecer o
percurso sabia exatamente onde tirar o pé e onde correr um pouquinho
mais. Mas a corrida era dela, o ritmo era dela. A noite estava quente
e na pista muito mais. Passamos tranquilos pelo portão 7 e me
adiantei para pegar água para nós enquanto ela corria. Descida do
cartódromo e primeira subida em direção ao portão 5. Sempre
falando quando abaixar o ritmo e quanto tempo para acabar. Descida no
portão 5 e início da grande subida. Seria a definição da corrida.
Se conseguisse subir sem parar a noite estava ganha. Ritmo baixo, Isa
vermelha de esforço. Quando chegamos no topo ainda falei se queria
dar uma andada mas optou por continuarmos a descida no trote. Pronto.
Falei para ela que agora era só diversão. E continuamos em um ritmo
tranquilo, para mim pelo menos. Subida de 400m perto do portão da
guarda em direção a Concha Acústica, sempre lembrando que era a
última subida. Quando acabamos relaxamos um pouco no trote e
inicamos a descida até o portão 1. Neste momento sugeri acelerarmos
um pouco mas dentro da possibilidade. Agora faltava muito pouco e a
todo momento lembrava ela. Força. Passamos pelo tunel próximo da
chegada e pegamos o lado esquerdo para finalizar a prova. Emoção
total. Olho no Atleta para registrar o momento e cruzamos a chegada
de mãos dadas muito contente. Emoção para ambos.
Descansar, hidratar, voltar para a tenda, bater papo com os amigos e tirar mais uma foto. Hora de voltar para casa.
Foi a primeira prova oficial dela e espero que de muitas. Espero
poder acompanhá-la por muitos anos em corridas curtindo esta relação
toda especial.
Beijão Bela.
Papis
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