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quarta-feira, 18 de julho de 2012

2ª Meia Maratona de Campinas Amil


15 de julho de 2012
Largo do Rosário

Frio, muito frio.

Acordar às 5 horas da manhã com um frio intenso em um domingo para participar de uma corrida é para poucos.

A preparação para corrida foi boa, sono ótimo mas em relação a comida... Digamos que comi tudo que não se deveria comer antes de uma prova. Comida condimentada (excelente almoço em Holambra experimentando culinária holandesa com toque indonesiano) e depois uma lata de legítimo Marron Glace (doce de nozes) francês que ficou excepcional com queijo de minas. À noite completei com meio abacate. Um desastre. Incomodou toda corrida.

Cheguei cedo na nossa tenda mas já havia por lá bravos companheiros se virando no frio. Muito escuro ainda. A dúvida de todos era com quanta roupa correr. Vai esquentar não vai, tira blusa, coloca blusa. Como sempre descontração total, muito papo e expectativas.

Logo quando iniciamos o aquecimento deu para sentir o frio na respiração congelando as vias nasais e a garganta. Achei que seria um fracasso a corrida. Logo em seguida tiramos nossa foto oficial e fomos para largada.



Pensei a semana toda se deveria forçar ou correr para treinar visto que o maior objetivo seria os 16k do Circuito Athenas no próximo domingo. Deixei a corrida me levar.

Na largada, eu, João Augusto, Olair e Andrea nos posicionamos juntos e largamos praticamente colados. Iniciei tranquilo no intuito de aquecer e sentir a prova. Estava frio mas tranquilo. A adrenalina já começava a aquecer o corpo. De vez em quando batia um vento forte e gelava a alma. Saindo da Francisco Glicério e subindo a Aquidabã o visual foi digno de uma foto. O sol aparecia por trás do Bosque e como estávamos na subida o mesmo atingia os primeiros corredores e deixava um reflexo dourado para os de trás muito bonito. Aquela imagem que não sai da cabeça.

Neste momento decidi que tinha que correr. Fazer uma corrida para melhorar o tempo. Por ter facilidade na descida soltei o corpo até o final do Bosque passando pela turma que já estava um pouco adiantada. Em frente o Guarani já tinham me alcançado e fomos juntos até o final da Princesa do Oeste. Se tivesse sozinho, com certeza tiraria o pé para economizar neste trecho em subida e voltar a correr no sentido oposto. Aí lembrei das minhas desculpas pós prova: se eu tivesse me esforçado um pouco mais naquele trecho ... Desta vez seria diferente. Bom, no momento que eu vi que não faríamos o balão e cortaríamos o mesmo, já vi que o caminho ia ser menor ou então aumentariam o percurso na Norte-Sul.

Descemos rápidos mas pelo quilômetro quatro ouvi um barulho e quando olhei para trás o Olair estava no chão. Parei com João Augusto e mais um outro corredor para checarmos o estrago. A preocupação no momento era saber se tinha batido a cabeça. A ambulância estava por perto e os enfermeiros apareceram para ver. Ficamos (acho que 1 minuto) até ver que o mesmo estava tranquilo e insistindo para continuarmos com nossa corrida. Só arranhões. Retornamos a corrida e continuamos. Não pensei em acelerar para ganhar ou recuperar tempo, apenas correr. Ainda diminuímos os passos para beber gatorade e continuamos embalados.


Ao passar pelo Laurão deu para ver o Felipe solitário subindo a Moraes Sales. Também com o tênis laranja, não poderia ser outro.

Experiência para Athenas: Ingerir um carboidrato. Esperei pela água (km 7) e ingeri um pouco. Não deu outra. Mal estar. Não caiu bem, talvez reflexo do que já estava acontecendo. Tomei mais água e esperei pelo pior. Forcei a subida do Hotel Vitória e corri rápido até chegar na subida da Moraes Sales. Foi difícil. Subida adicionado de mal estar não é fácil. Vontade para andar não faltou mas fui bem devagar e cheguei na Cel. Quirino. Quase não tive forças para correr até a subida da Aquidabã. Faltava pouco e acelerei o máximo para terminar o sofrimento. Desci rápido, entrei na Francisco Glicério e comecei a acelerar. Neste momento iniciava no meu shuffle Bitter Sweet Symphony  do The Verve. Mas nem em sonho poderia pensar em música tão perfeita para finalizar a corrida.

Encostei no João e falei para corrermos. Ainda lembro dele falando: mas falta 1.100 metros! Aceleramos e cruzamos juntos vibrando pelo recorde pessoal quebrado .... ou não.

Quando olhamos os Garmin faltaram 700 metros para os 10k. No ano anterior faltaram 400 metros. Muito discutimos sobre o fato no facebook e inclusive em blog da Revista Contra-Relógio foi apresentado o fato. A Noblu não apresentou nenhuma informação convincente sobre o ocorrido tirando o brilho de uma prova que até cruzar o final estava impecável. Da mesma maneira que ocorreu na T&F do Iguatemi no ano passado seria muito bom se pronunciar à respeito dignamente.

No final das contas (e precisou de contas para se chegar ao tempo dos 10k) fiquei na casa dos 55 minutos o que me deixou bastante contente e comparando com a mesma prova no ano passado (meus primeiros 10k) ganhei 6 minutos.

De volta pra tenda do Clube da Corrida, muito papo, fotos, discussão sobre a quilometragem e carinho de todos. Existe um companheirismo muito grande onde não existe eu sou melhor, eu sou mais rápido. Todos torcem por todos. Isto é um diferencial, é o estimulo para treinar, acelerar e ir mais longe.

Resultado: 9,38 km em 00:52:20 no ritmo de 5´:35. 

Um comentário:

  1. Belíssimo relato, Luis!
    Gostei da menção ao tênis laranja! rs
    Que bela trilha sonora para finalizar a prova!
    Engraçado, essas coincidências acontecem direto comigo.
    Na maratona de Santiago, a música tema do filme Rocky entrou nos últimos 500 metros, só vivendo para sentir.
    Esse final de percurso da Amil é um dos mais legais que já corri.
    Abraço

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